Portugal tem um problema de desigualdade
Vitor Constâncio deu a sua chancela à constatação - óbvia e que no Canhoto vários de nós já repetidamente demonstraram - de que Portugal tem um problema de desigualdade.Mas foi mais longe e propôs medidas fiscais de combate a essa desigualdade.
O debate que abriu enfrenta alguns dos fantasmas da fiscalidade portuguesa e deve irritar os apoiantes das reformas económicas de Pinochet que se julgam os verdadeiros liberais bem como os que gostariam de nos ver a emular as receitas que estão a levar alguns países do leste para o desastre social em contexto de melhoria da situação económica. Contudo, vão-se acumulando sinais de que o país pode vir a ter outra estratégia logo que saia do aperto orçamental em que estamos. Como isso só deve acontecer lá para 2010, há tempo para pensar maduramente as reformas necessárias no sistema fiscal.
A questão da desigualdade e da prioridade que deve dar-se ao seu combate é daquelas matérias ideológicas clarinhas como àgua e continua a ser um teste (talvez mesmo o melhor) a se a política em democracia é vivida pela direita ou pela esquerda.