Está lá. É do sim?
Confesso que já consegui perceber a campanha do não e ainda não entendi a do sim.
Os do não contam com um núcleo duro eleitoral de pessoas que votam por devoção à "inviolabilidade da vida da concepção à morte natural" (como dizia ontem um bispo em tempo de antena televisivo sob a forma de oração). A esses dirige-se a não-campanha da Igreja Católica, impulsionada pela proximidade do Natal ao 11 de Fevereiro.
Mas a campanha propriamente dita dirigem-na aos outros, aos que não votam por princípio flosófico tão exigente. Para esses segmentaram o discurso e aplicam duas receitas clássicas de campanha eleitoral - uma seta direita ao coração e outra directa à carteira.
Em contraponto, que esforço de campanha tem feito o povo do sim para se aproximar de indecisos e abstencionistas provavelmente pendendo para a despenalização? Até agora, vejo apenas reacção aos temas do adversário, se exceptuarmos os cartazes (algo agressivos) do Bloco de Esquerda, embora bem focalizados no tema da humilhação das mulheres sujeitas a julgamento.
Espero ser o único a sentir isto, mas dá-me a sensação que os estrategas das campanhas do não transpiram vontade de lutar e os das do sim fastio pela maçada.