terça-feira, 23 de janeiro de 2007

O esplendor do capitalismo, versão EDP

Não, não há exactamente nem novidade quanto ao tipo de capitalismo em que vivemos, nem qualquer genial golpe de asa na gestão da EDP.
Mas quando se afirma que “António Mexia vai propor À ERSE que sejam os consumidores a suportar os custos do plano de redução de efectivos” está-se a pedir ao Estado que autorize o sacrifício dos consumidores e dos trabalhadores para aumentar os lucros.
Dito de outro modo, está-se a pedir aos que foram nomeados pelos governantes que resultaram do voto popular que aceitem impor aos seus eleitores um duplo sacrifício: (1) com um aumento dos custos da energia sem ligação com os custos de produção e (2) com o financiamento adicional das políticas de emprego e de protecção social motivado pela redução de efectivos.
De tão despudorada proposta fica-me uma dúvida: foi feita para ser aceite ou para capitalizar com a recusa?
Certo, certinho, é que a resposta que for dada pela ERSE será muito esclarecedora, e não apenas sobre as políticas públicas para o sector energético.