Baralhar e voltar a dar
A música é perigosa, lembrava-me, há uns dias, um amigo recordando o que dizia o General Konrad. O Matthew Herbert, entre alguns excessos de proselitismo, tem-se encarregado de demonstrar que é assim. Depois de em dois discos (Around the House e Bodily Functions) ter inventado um par de coisas que são das poucas que vão perdurar da vaga electrónica (as micro-partículas fragmentadas que no fim ganham coerência), tem também dado alguns passos em falso. Mas pelo menos arrisca: esta apropriação jazzística pela big-band de “the audience” de Bodily Functions é disso exemplo (aqui a versão original, para os comparativistas). Não é totalmente conseguida, mas tem identidade e alguma coisa para “dizer”. Não há registos no youtube com a mesma qualidade para actuações ao vivo sem big-band, mas apanhei o teledisco do Suddenly, que ajuda a explicar o que queria dizer e mostra as portas que Bodily Functions abriu e que, verdade seja dita, acabaram por ficar por explorar devidamente.