quinta-feira, 3 de abril de 2008

Malditos os “anos Bush”!


Relatório Freedom in the World 2008, da Freedom House, avalia o grau de respeito pelos direitos políticos (processo eleitoral; pluralismo político e participação; funcionamento do governo) e pelas liberdades cívicas (liberdade de expressão e crença; direitos de associação e organização; cumprimento da lei; autonomia pessoal e direitos individuais) mas não os direitos sociais.
Apesar dessa limitação, o relatório tem o mérito de permitir comparar a evolução das liberdades cívicas e políticas à escala do mundo.
Embora os progressos sejam notórios nas últimas três décadas, as conclusões publicadas este ano são perturbantes:
· A percentagem de democracias eleitorais cresce notoriamente entre 1987 (40%) e 1996 (62%) e estabiliza a partir daí, oscilando entre 61% e 63% dos países;
· Pelo segundo ano consecutivo, há quatro vezes mais países com retrocessos do que com progressos;
· Menos de metade da população do mundo vive actualmente em países considerados livres.
É, pois, caso para dizer que o mundo vive anos negros: ao crescimento das desigualdades sociais e às expectativas sombrias da economia, juntam-se os resultados do lodaçal que resultou das aventuras agressivas dos neocon no Iraque e uma situação cívica e política que tem bem pouco de positivo.