quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Capacidade de acolhimento



[clique na imagem para a ver ampliada em janela própria]

Percentagem de imigrantes em alguns países da OCDE, 2004

Nota: percentagem de nascidos no estrangeiro na população total.
Fonte: Georges Lemaitre e Cécile Thoreau (2006), Estimating the Foreign-born Population on a Current Basis, Paris, OCDE.



1. Apesar dos gritos de alarme da extrema-direita, perdão, do CDS, a percentagem de imigrantes na população portuguesa é das mais baixas da OCDE, não chegando aos 7%. Note-se, ainda, que com o indicador de imigração usado pela OCDE (nascidos no estrangeiro), o valor para Portugal é inflacionado quase para o dobro pelo peso dos retornados nascidos nas ex-colónias. Conclusão: falta mundo a Paulo Portas e correligionários.

2. Os excessos no discurso sobre a contenção da imigração por limitação da capacidade de acolhimento do país baseiam-se no esquecimento de episódios-chave da história recente de Portugal. Se, em 1973, alguém dissesse ser possível integrar num ano, em Portugal, cerca de meio milhão de portugueses a residir nas ex-colónias, passaria por doido irresponsável. Depois, foi o que se viu. Conclusão: falta memória a Paulo Portas e correligionários.

3. Sem querer afirmar ser possível hoje integrar movimento de dimensão semelhante, quero no entanto sublinhar ser mais elástica do que se presume a dita “capacidade de acolhimento”. Apesar da gritaria de Portas e correligionários.