terça-feira, 25 de novembro de 2008

Escolhas capturadas pelo medo

1. Voltando à discussão sobre a relação entre imigração e crise lançada por Paulo Portas. Em rigor, a defesa por este de restrições na política de imigração é geral e não conjuntural, aproveitando-se da crise para melhor se justificar. É, infelizmente, posição comum na Europa, onde a imigração continua a ser vista sobretudo como ameaça, social e identitária. No outro lado do Atlântico, a visão predominante é bem diferente, dando origem a comparações nem sempre agradáveis de ler. “Compared with other aging societies in Europe and Japan, the future U.S. population promises to be more competitive, productive, and younger because of immigration”, afirma-se, por exemplo, nas conclusões de um texto da Brookings Institution, da autoria de Audrey Singer.

2. Ou seja, a Europa envelhece e perde dinamismo não por lastro do passado mas em consequência de escolhas do presente capturadas pelo medo. Como o medo da imigração, transfigurado por Portas em prova de coragem!