Que políticas para uma escola desigual?
No seu programa eleitoral, o PSD propõe “o progressivo alargamento da liberdade de escolha entre escolas da rede pública”. O mesmo já tinha sido proposto por João Carlos Espada em Novembro de 2005, e sobre o mesmo já na altura me tinha pronunciado aqui no Canhoto. Na altura como agora, convém sublinhar que o objectivo principal de qualquer governo deve ser melhorar TODAS as escolas públicas, e não apenas promover, através da concorrência, umas quantas escolas de elite para onde sejam canalizados os filhos dos que têm mais informação e recursos para fazer as escolhas certas (e delas obter respostas positivas…). Enquanto a nossa rede de escolas públicas for das mais desiguais da OCDE, como é revelado nos dados do PISA, a prioridade à escolha só servirá para reproduzir e agravar essa mesma desigualdade. Mais escolha sim, depois, e só depois, de uma melhoria generalizada de TODAS as escolas públicas: tema sobre o qual nada encontramos no programa eleitoral do PSD. Ou seja, a proclamação geral sobre a “escolha” esconde, de facto, o alinhamento com uma visão profundamente elitista da educação. A convergência com Espada não surpreende.