Mais formação, melhor emprego
Segundo José Vítor Malheiros (JVM) (Público de 17/04/07), “a formação escolar pouco ou nada garante em termos de emprego”. Feita a pretexto do mau gosto de quatro cartazes desta fase da campanha promocional do programa Novas Oportunidades, a afirmação é factualmente errada (e, por isso, irresponsável, o que surpreende no caso de JVM).
Como já referi noutros textos no Canhoto (aqui e aqui), a propósito dos trabalhos de Natália Alves, estudar compensa, e muito, sobretudo quando se consegue concluir um curso superior. Convém pois contrariar algumas ideias feitas e reafirmar o que a boa investigação demonstra:
- resiste-se melhor ao desemprego com uma licenciatura do que sem ela;
- na maioria dos casos há adequação entre o que se estuda e o que se faz;
- estatisticamente, quanto mais elevada for a classificação escolar do aluno maior será a qualidade da sua inserção inicial no mercado de trabalho.
Porque mais estudos significam mais oportunidades de mobilidade social, um governo de esquerda deve garantir, a todos, mais oportunidades de estudo e de credenciação desses estudos. O discurso que agora desvaloriza o valor da credenciação em nome do valor do conhecimento desinteressado é um discurso elitista.